A dislipidemia é um distúrbio que altera os níveis de lipídeos (gorduras) no sangue, causando alterações que podem incluir o aumento do nível de triglicérides (principal fonte de gordura no organismo), ou dos compostos que transportam o colesterol no corpo, como o LDL-C que é considerado uma “gordura ruim”.
O diagnóstico é realizado pela medida das concentrações totais de colesterol, triglicerídios e lipoproteínas individuais.
É também, um fator de risco para outras doenças cardiovasculares, como a hipertensão e a aterosclerose, que é o estreitamento da parede das artérias devido ao acúmulo de gordura.
Tipos de Dislipidemia
Conforme o tipo de alteração nos níveis de gorduras, existe uma classificação para a dislipidemia, sendo:
- hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-C (≥ 160 mg/dl);
- hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos triglicerídeos (≥ 150 mg/dl) que reflete o aumento do número e/ou do volume de partículas ricas em TG (triglicerídeos), como VLDL, IDL e quilomícrons;
- hiperlipidemia mista: valores aumentados de LDL-C (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl);
- HDL-Colesterol baixo: redução do HDL-Colesterol (homens < 40 mg/ dl e mulheres < 50 mg/dl) isolada ou em associação ao aumento de LDL-C ou de TG.
Causas das Dislipidemias
As dislipidemias podem ter causas primárias ou secundárias. A causa primária ocorre devido a alterações genéticas que afetam as frações de lipídeos no sangue, enquanto a causa secundária pode abranger uma gama de fatores, como o uso de medicamentos (por exemplo, diuréticos, corticosteroides e anabolizantes), ou pode ser secundário a doenças como o diabetes, resistência insulínica, obesidade, hipotireoidismo e hábitos de vida inadequados, como o tabagismo e alcoolismo.
Como Prevenir as Dislipidemias?
Alguns dos fatores que podem levar a alterações nas taxas de gordura são os hábitos alimentares inadequados, como o consumo elevado de gorduras saturadas, que são encontradas principalmente em alimentos de origem animal como as carnes, vísceras, leites (principalmente integral) e embutidos.
Outro fator que interfere é o hábito de fumar, que está associado a quedas na quantidade de “colesterol bom” (HDL-C) e aumento do VLDL-C, que é um tipo de colesterol considerado “ruim”, já que em excesso pode causar o acúmulo de gordura nos vasos que levam o sangue até o coração, gerando alterações lipídicas favoráveis ao desenvolvimento da dislipidemia. Além destes, existem outros fatores que podem levar a alterações desfavoráveis na quantidade de gordura no sangue, como o consumo excessivo de bebidas alcóolicas, carboidratos, gorduras e estilo de vida inadequado.
Por este motivo, não apenas quando existem riscos para desenvolver dislipidemias, mas já no início da vida, pode-se tomar medidas de prevenção da ocorrência de dislipidemias de causa secundária, ofertando desde a infância alimentos variados de acordo com a disponibilidade e que sejam equilibrados em quantidades de proteínas, carboidratos e gorduras. Para isso, deve dar preferência as gorduras de origem vegetal, naturais, monoinsaturadas ou poli-insaturadas, como os óleos vegetais e os diversos tipos de castanhas. Evitar frituras e alimentos industrializados, pois são ricos em carboidratos refinados, gorduras trans e saturadas, e as gorduras aparentes nas carnes ou pele de aves devem ser retirados, ou ao menos evitados.
O incentivo e o consumo a alimentos ricos em fibras, como as frutas, verduras, legumes, cereais integrais e leguminosas é recomendado. Estas condutas são algumas das indicações na prevenção da dislipidemia.
Mas, atente-se também a pratica de atividade física aeróbica regular, como caminhada por exemplo, pois é uma medida que auxilia no controle da dislipidemia, auxiliando assim, na redução dos triglicerídeos e aumentando o HDL-Colesterol, conhecido como colesterol bom, sem alterar o colesterol ruim. A prática de exercício também está relacionada ao índice de massa corporal, podendo ter uma ligação positiva diante de hábitos de vida saudáveis, dieta equilibrada e exercício físico regular conforme orientação profissional.
Qual o Tratamento para as Dislipidemias?
O diagnóstico das dislipidemias deve ser realizado apenas pelo médico, que irá indicar o tratamento mais adequado para cada caso e tipo de dislipidemia, com intuito de corrigir as alterações no perfil de gorduras no paciente.
Existem basicamente dois tipos de tratamento que devem ser realizados em associação, o tratamento medicamento onde o médico irá receitar o remédio mais indicado conforme a alteração lipídica e o tratamento não medicamentoso, que leva em conta um estilo de vida saudável e equilibrado, abrangendo a prática de exercícios físicos e o tratamento nutricional.
Em relação ao tratamento nutricional, as escolhas alimentares são muito importantes para melhorar o quadro de dislipidemia, por isso é importante ter hábitos de vida saudáveis e incluir na dieta alimentos fonte de fibras solúveis e insolúveis, como os cereais, grãos integrais, folhosos, aveia, grão de bico e frutas (maçã, laranja, mamão, ameixa, etc).
Evitar os molhos em conservas, manteigas, margarinas, maionese e temperos industrializados, pois são ricos em gorduras trans e saturada e também diminuir a quantidade de óleo que usa para preparar as refeições
Procurar não comer carnes muito gordurosas e alimentos embutidos, como salame, salsicha, mortadela, bacon, salame, nuggets, entre outros. Dar preferência a leites e derivados que tenham menor quantidade de gordura, como o leite desnatado por exemplo. E por último, mas não menos importante, praticar exercício físico regularmente.
Dr. Marco Paulo Tomaz Barbosa - Cardiologista
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